Cidades

Alerta para prevenir desaparecimentos durante a folia no Rio

Pulseiras de identificação serão distribuídas no Rio. Foto: Governo do RJ

O Governo do Rio de Janeiro realizou, nesta terça-feira (18), um ato para conscientização sobre a prevenção e enfrentamento ao desaparecimento de pessoas durante o Carnaval deste ano. Liderada pela Coordenadoria de Desaparecidos, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSODH), a iniciativa tem por objetivo sensibilizar a sociedade civil para o tema.

De acordo com a pasta, há um aumento da possibilidade de pessoas desaparecerem ou se perderem em grandes eventos, especialmente crianças, adolescentes, idosos e pessoas em vulnerabilidade mental.

"Da mesma forma que é importante amparar as famílias de pessoas desaparecidas, prevenir também é fundamental. O trabalho de enfrentamento mostra o quanto já avançamos e ainda é preciso evoluir. A política pública de enfrentamento ao desaparecido é uma causa de Estado", afirmou a secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Fernanda Titonel.

Durante o período da folia, panfletos serão entregues ao município do Rio de Janeiro para que sejam distribuídos à população. O material é informativo e fornece orientações sobre como prevenir e agir em caso de desaparecimento de familiares ou amigos.

Criada em janeiro de 2019 pelo Governo do Estado, a Coordenadoria de Desaparecidos do Rio de Janeiro é a única no país e, recentemente, foi considerada modelo para outros estados pelo governo federal.

"Sabemos que o melhor caminho para a redução dos números altíssimos de desaparecidos no Rio de Janeiro é a prevenção. Temos, em média, cerca de 15 pessoas desaparecidas na Baixada Fluminense por dia. Em alguns municípios da região, os números são maiores até mesmo do que os crimes de homicídios. Por isso, quanto mais falarmos sobre a causa, mais importância damos ao tema", disse a coordenadora de Desaparecidos da SEDSODH, Jovita Belfort.

O programa SOS Criança Desaparecida, da FIA, também promoverá a distribuição de pulseiras de identificação para crianças e ações de conscientização em pontos de grande concentração de pessoas, como a Rodoviária do Rio, nesta quinta (20) e sexta-feira (21), de 9h às 15h.

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2019 o Estado do Rio de Janeiro registrou 4.768 casos de desaparecimento de pessoas: média de aproximadamente 400 pessoas a cada mês. Por dia são registrados em torno de 15 casos, a maioria na capital e na Baixada Fluminense.

O Ministério Público, que mantém a Assessoria de Direitos Humanos e de Minorias (ADHM/MPRJ), apresentou mais números alarmantes.

"São 700 mil pessoas desaparecidas em uma década no Brasil. Estes são números assustadores. O Ministério Público tem, desde 2017, um sistema nacional de localização e identificação de pessoas desaparecidas e já conta, atualmente, com 70 mil inscritos", falou a assessora de Direitos Humanos e Minorias do MPRJ, a promotora de Justiça Eliane de Lima Pereira

Polícia Civil

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros, da Secretaria de Polícia Civil, existe há cinco anos e atua diretamente em casos de pessoas desaparecidas no estado. Segundo a titular, a delegada Elen Souto, é de extrema importância realizar a identificação correta das pessoas, principalmente de crianças, adolescentes, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade (deficientes metais).

"Do ponto de vista policial, esse é o grande diferencial neste período festivo em todo o país. A orientação que damos aos familiares destas pessoas é que estejam identificadas com pulseiras, onde constem o nome completo e o número do documento de identidade. Não recomendamos colocar o número de telefone, pois a família pode ser alvo de trote ou extorsão. Se um agente de segurança encontrar a pessoa, certamente saberá conduzir a situação para o encontro do seu familiar", explicou a delegada.

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